
O Grupo de Pesquisa Georisco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da rede de pesquisa ibero-americana de multirriscos, foi contemplado em programa do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), a maior instituição pública espanhola dedicada à pesquisa científica e uma das mais importantes da Europa. O projeto estudará os riscos sistêmicos em assentamentos humanos no contexto das mudanças climáticas.
Segundo o coordenador do Georisco, Lutiane Almeida, a proposta promove a integração e internacionalização do trabalho científico que já é realizado na UFRN há mais de uma década. “Nossa proposta é contribuir para uma melhor compreensão sobre o impacto de perigos relacionados às mudanças climáticas, como ondas de calor, inundações e ventos extremos, em diferentes tipos de assentamentos humanos, desde áreas rurais em processo de despovoamento até áreas urbanas com crescimento populacional”, destaca Almeida.
Este projeto internacional inicia em setembro deste ano e terá duração de três anos, com cerca de 37 mil euros destinados ao custeio de passagens e diárias para os cientistas da rede realizarem missões de pesquisa. A equipe do projeto levará em consideração tanto a vulnerabilidade física do ambiente quanto a vulnerabilidade social das pessoas que ali residem. Três estudos de caso estão previstos nos países que fazem parte da rede: Espanha, Portugal, Brasil, México e Chile.
A proposta do projeto é bem-vinda porque a intersecção entre multi-ameaças e vulnerabilidades, como parte de uma compreensão mais integrada do risco, ainda é pouco investigada. “Integrar esse aspecto pode ajudar a identificar áreas prioritárias onde ações de mitigação devem ser consideradas, além de informar formuladores de políticas públicas e gestores de emergências para preparar medidas de resposta e intervenções específicas em áreas urbanas”, ressalta o professor da UFRN.
A colaboração também busca engajar as comunidades locais em ações antes e depois do desastre, por meio do incentivo à participação e coprodução de conhecimento. Isso permite apoiar o fortalecimento de capacidades comunitárias. “Serão desenvolvidos treinamentos e oficinas que possibilitem às comunidades compartilhar dados, coordenar atividades, comparar estratégias de preparação e participar de um modelo colaborativo e baseado em incentivos para a resiliência a desastres”, afirma Almeida.
A rede de pesquisa ibero-americana de multirriscos é coordenada por Tiago Ferreira, professor da Universidade de Lisboa (Portugal), Nuria Chiara Palazzi, professora da Universidad Andrés Bello (Chile), Adrià Sánchez Calvillo, pós-doutorando da Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo (México), e Lutiane Almeida, professor da UFRN (Brasil). Para acompanhar os próximos passos desse projeto, siga a página no Instagram do Georisco: https://www.instagram.com/georiscoufrn/.