Na última semana, de 31 de outubro a 4 de novembro, o professor Lutiane Almeida, coordenador do Grupo de Pesquisa Georisco, liderou uma série de visitas técnicas no âmbito da disciplina “Planejamento Ambiental” do curso de Geografia da UFRN. O professor Francisco Fransualdo de Azevedo, também da UFRN, participou da ação. Integrantes do Georisco participaram da viagem, que passou por cidades do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.
A proposta foi explorar conteúdos relacionados à interação entre os componentes naturais e as atividades humanas nos diferentes territórios, como o papel da legislação ambiental, principalmente do Sistema Nacional de Unidades de conservação (SNUC), ao visitar o Parque Nacional de Ubajara, no Ceará, e a Área de Proteção Ambiental do Delta do rio Parnaíba, que abrange os estados do Piauí e Maranhão. O debate sobre o uso das águas foi enfatizado na visita à barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Itajá e Açu (RN), e a perspectiva histórica e de planejamento territorial foi ilustrada a partir da cidade de Fortaleza.
Almeida destaca a relevância de aulas que levem os estudantes para se confrontar com os problemas reais dos territórios. “Nesses momentos são aprimoradas várias técnicas de apreensão de conhecimento, como a observação direta do ambiente, e a aplicação prática de conceitos e teorias geográficas, o que ajuda a solidificar seu entendimento dos tópicos geográficos”, afirma.
A iniciativa proporcionou a 24 estudantes a aplicação de teorias de localização, estudos de paisagem, análises espaciais e interpretação de mapas; o desenvolvimento de habilidades técnicas, como o manuseio de instrumentos e técnicas geográficas, como GPS, cartografia, sensoriamento remoto, geoprocessamento e técnicas de amostragem; e o estímulo à observação crítica, permitindo a compreensão das interações complexas que moldam as paisagens geográficas e a aproximação com as comunidades.
“A viagem de campo foi de fundamental importância para nossa formação, principalmente pela dinâmica realizada pelos professores presentes, na qual foi possível integrar os conhecimentos humanos e físicos. Os aspectos naturais da paisagem como relevo, clima, vegetação, solos e hidrografia dialogavam com o uso e cobertura do solo, dinâmica territorial, conflitos agrários e desenvolvimentos das cidades por meio de atividades como o turismo”, destaca o estudante Jeferson Gomes.
Na cidade de Fortaleza (CE) foi possível observar os fenômenos que ocorrem em áreas de intensa urbanização, como a verticalização, segregação socioespacial, favelização, agravamento de vulnerabilidades socioambientais e formação de áreas de riscos. Nesta visita, integrantes do Georisco realizaram levantamento, por meio de questionários, sobre aspectos sociais e econômicos, na tentativa de compreender as vulnerabilidades existentes em áreas de risco.
Texto: Eloisa Loose
Crédito da imagem: Grupo de Pesquisa Georisco